Por desconhecimento do processo, a família é atingida a partir da 2ª fase da doença, quando surgem os problemas paralelos, como acidentes de trânsito, violência, perda de emprego, decadência social, financeira e moral e a síndrome da co-dependência, isto é, a família torna-se também dependente da substância álcool. É uma dependência neurótica, um alcoolismo seco que provoca sofrimento e inúmeros desajustes.
A essa altura, a dinâmica familiar passa a ser regulada pelo comportamento do usuário de álcool, na vã tentativa de controlar sua forma, quantidade e freqüência de beber, o que é impossível. Minada por um sentimento de culpa injustificável (os pais são tão culpados de transmitir os genes do alcoolismo aos filhos quanto os da cor dos olhos ou os do ambidestrismo), a família tem de conscientizar-se do problema e pedir ajuda.
Fácil falar; difícil fazer. Em geral, por preconceito ou vergonha, procura-se negar o fato e a resistência só é vencida quando a situação fica insustentável e a família inteira desestruturada. “O lar fica alcoólico”, disse a esposa de um alcoólico que quanto mais doente estava, menos condição tinha de pedir socorro.
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